KIA OPTIMA 2.4 16V X HYUNDAI SONATA 2.4 16V


GÊMEOS SEPARADOS NO BERÇÁRIO, OS MODELOS SÃO DISTINTOS EM COMPORTAMENTO, RESULTADO DO TRATAMENTO QUE RECEBEM

 Kia Optima 2.4 16V x Hyundai Sonata 2.4 16V

Engenheiros automotivos costumam dizer: "Nada mais diferente que dois carros iguais". Essa frase é perfeita para o confronto que se inicia. Optima e Sonata compartilham plataforma, motor, câmbio, arquitetura elétrica e um volumoso pacote de peças. 

Cada um a seu modo esbanja sedução. O Kia mescla a carroceria lisa com elementos visuais esportivos, como os leds junto aos faróis de neblina e a grelha de saída de ar (não functional) do motor nos para-lamas. O Sonata, por sua vez, usa e abusa dos longos vincos e dos cromados, presents na grade frontal, nas portas, maçanetas e no porta-malas.

Ambos os sedãs são movidos pelo motor quatro-cilindros 2.4 16V Theta II e o câmbio automático convencional com opção de trocas sequenciais das seis marchas por meio da alavanca e também por pequenas borboletas atrás do volante.

A calibração eletrônica que gerencia câmbio e motor é sutilmente diferente, como revelam os números obtidos em nosso teste. Os engenheiros da Hyundai fizeram um trabalho melhor. O Sonata se sobressaiu nas provas de aceleração, retomadas de velocidade, frenagem e ruído interno. Nos testes de consumo de gasolina, houve empate técnico: Sonata com 8,2 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada e Optima com, respectivamente, 8,3 e 11,8 km/l.

Outras particularidades são notadas durante a condução. Ambos contam com assistência hidráulica da direção e têm o mesmo diâmetro de giro, mas as respostas ao volante parecem mais diretas no Optima. Essa percepção pode ser atribuída ao acerto da suspensão, pois a área de contato com o solo é a mesma: o Kia e o Hyundai utilizam pneus 225/45 e rodas de liga leve aro 18.

No Optima, o estilo mais esportivo e jovial da carroceria toma conta também da cabine. A posição do piloto é mais isolada do vizinho por obra do desenho e da posição do console central, com comandos e mostradores levemente inclinados para o motorista. No Sonata, as partes alta e baixa do console também são integradas, mas ele não é voltado para o piloto. No quadro de instrumentos, o Sonata apresenta indicadores digitais do nível de combustível e da temperatura da água - no Optima, essas informações são analógicas.

Quanto ao acabamento, apenas variações de layout. Os dois sedãs têm painel macio e fosco. A combinação de cores no interior varia em função da pintura da carroceria. No Optima há mais opções bicolores constrastantes, como o creme e preto da unidade avaliada.A qualidade dos materiais e a montagem geral é elevada em ambos.

Sem o vigor de um motorzão, mas com competência para uma boa desenvoltura na cidade, a dupla coreana é confortável dentro do que permitem os pneus de perfil baixo.

Similares na essência, Optima e Sonata se desgrudam quando a análise de preços e conteúdo inicia. A Kia cobra 96 900 reais pela versão básica e 105900 reais pelo modelo completo, que adiciona teto solar, faróis de xenônio e chave presencial para acionamento de portas e motor. Por sua vez, o Grupo Caoa, importador da Hyundai, informa que o Sonata é vendido em versão única e completa, com o mesmo pacote de equipamentos do Optima topo de linha, por 93 000 reais.

 A desvantagem fica maior ainda ao se analisar o histórico dos dois. Enquanto o Sonata, lançado em dezembro de 2010, registrou média mensal de 600 unidades em 2011, o Optima patinava na largada. A Kia trouxe o carro no Salão do Automóvel de 2010, prometendo sua chegada ainda naquele ano. Em janeiro de 2011, , mas só em março de 2012 o carro começou a ser vendido. "A matriz coreana liberou a filial brasileira para fazer o lançamento, mas priorizou os mercados norte-americano e europeu e simplesmente não enviou os carros para o Brasil", afirma uma fonte ligada à marca.

Como se não bastasse, o importador da Kia ainda não colocou em prática a promessa de divulgar ao público os preços das revisões. Consultado, o presidente da Kia, José Luiz Gandini, renovou o compromisso: "A lista estará em nosso site até junho". É bom que não haja mais adiamentos, pois, além de expor os custos de manutenção de seus carros, a Hyundai banca as duas primeiras revisões do Sonata, que, bem ajudado dentro de casa, não deu chance ao Optima, que se defende por conta própria.


OPTIMA


DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO


As rodas enormes e os pneus de perfil baixo garantem o visual, mas roubam conforto.


MOTOR E CÂMBIO

Câmbio com trocas sequenciais no volante
e funcionamento esperto merece mais elogios
que o motor.


CARROCERIA
Ponto alto do Optima não apenas pelo visual, mas também pela montagem. O som do fechamento das portas passa a impressão de precisão e solidez.


VIDA A BORDO

Espaçoso, confortável
e bem equipado.
Mas faltam mais e melhores porta-objetos.


SEGURANÇA

Oferece, de série, ABS, controles de tração e estabilidade e airbags frontais, laterais e de cabeça.


SEU BOLSO

Básico, custa mais caro que o concorrente, mais completo. Como se não bastasse, o comprador não tem como saber quanto irá gastar com manutenção.


SONATA

DIREÇÃO, FREIO
E SUSPENSÃO 
Sofre do mesmo
mal que o Optima: os pneus de perfil baixo mascaram o bom trabalho da suspensão.


MOTOR E CÂMBIO

A engenharia da Hyundai foi mais feliz: fez um acerto que garantiu desempenho superior sem compromisso do consumo nem do nível de ruído na cabine.


CARROCERIA

Não é raro ouvir o comentário: "Pensei que fosse o novo Azera". É sempre bom ser confundido com o modelo do andar superior.


VIDA A BORDO

O teto solar elétrico panorâmico e o sistema de partida e abertura das portas sem chave são de encher os olhos.


SEGURANÇA
O Sonata teve melhores resultados nas provas de frenagem. De quebra, tem três apoios de cabeça atrás.


SEU BOLSO
Quando estreou,
tinha menos itens
de série e custava 105000 reais. Hoje, mesmo após as novas regras do IPI, está mais barato e mais completo.

VEREDICTO

Estreia adiada, marca sem política de divulgação de preço de peças e revisões
 e valor de tabela alto são os maiores problemas do Optima. Como se não bastasse, seu irmão gêmeo, o Sonata, vende bem desde a estreia e, ao longo do tempo, vem ficando mais barato e bem equipado. Vitória fácil do Hyundai.

fonte: Quatro Rodas

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